SUS faz 30 anos e pandemia traz à tona as necessidades e a importância da Rede Pública

SUS faz 30 anos e pandemia traz à tona as necessidades e a importância da Rede Pública

Deputado Bertaiolli é membro da Comissão Nacional de Seguridade Nacional e Família e destaca a importância e o fortalecimento da Rede Pública de Saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) faz 30 anos neste mês de setembro e chega à fase adulta no meio de uma das maiores crises de saúde pública do País, causada pela pandemia do novo Coronavírus. A importância da Rede Pública no momento em que todo mundo se viu amedrontado pelo risco da Covid-19 se tornou evidente ao mesmo tempo em que trouxe à tona a necessidade de se discutir e criar mecanismos para fortalecer e ampliar o sistema.

A opinião é do deputado federal e membro titular da Comissão Nacional de Seguridade Social e Família, Marco Bertaiolli (PSD/SP). “O Sistema Único de Saúde é um patrimônio de todos os brasileiros. É a porta de entrada para a Rede Pública que atende, indiscriminadamente, desde a baixa até a alta complexidade”, destaca o parlamentar, salientando que desde março, quando a pandemia do novo Coronavírus se espalhou pelo País, foi o SUS o grande amparo de proteção e atendimento aos pacientes.

“Vimos inclusive alguns planos de saúde se negando a fazer exames ou a atender seus beneficiários”. No entanto, ao mesmo tempo em que o SUS foi o grande alicerce dessa rede, uma série de deficiências também veio à tona. “O SUS chega à maturidade e agora é a hora de discutirmos as ações para aprimorar e fortalecer o sistema para que todos os Estados brasileiros possam contar com a mesma qualidade e eficiência no tratamento, seja de uma diabete, que acomete cerca de 63% da população, ou de um câncer, por exemplo”.

Para Bertaiolli, a saúde pública precisa estar perto das pessoas quando elas mais precisam. “Ninguém pode ficar peregrinando atrás de um atendimento sem saber aonde ir”, salienta o deputado, que quando foi prefeito de Mogi das Cruzes, cidade localizada a cerca de 60 km da Capital São Paulo e com uma população estimada de 450 mil pessoas, criou o Sistema Integrado de Saúde (SIS). Todos que se cadastraram em uma unidade da Rede Pública mogiana recebeu um cartão, semelhante ao de um plano de saúde, com uma identificação.

“O Cartão SIS se transformou no RG de cada paciente dentro do sistema com todas as informações do paciente, desde as consultas realizadas, os medicamentos prescritos, resultados de exames e até quantas vezes agendou algum tipo de procedimento e faltou”. Isso, segundo Bertaiolli, que foi prefeito de Mogi da Cruzes por dois mandatos seguidos (2009/2016), otimizou o sistema, deu mais segurança e tranqüilidade aos pacientes e médicos. “Não importava em qual unidade o paciente passasse, desde a atendente na recepção até o médico na sala, todos tinham na tela do computador todo o histórico daquela pessoa”.

Esta organização, salienta o deputado, demonstrou que nem sempre o problema da Saúde Pública é a falta de investimento, mas sim a otimização dos equipamentos e um método eficiente de adequar oferta x procura. “Às vezes, encontramos numa mesma área geográfica, vários tipos de atendimentos iguais, enquanto outras áreas ficam desabastecidas”. Ainda segundo Bertaiolli, o modelo mogiano se tornou referência nacional e foi até mesmo tema de uma reportagem no Jornal Nacional sobre violência infantil.

“Geralmente o agressor de uma criança nunca a leva no mesmo local. Muda de unidade até para não ser reconhecido ou identificado, mas com o Sistema SIS, quando esse menor é atendido, seja onde for, o médico tem na sua tela de computador tudo o que já aconteceu com este menor e consegue identificar um comportamento recorrente, acionando a Polícia ou o Conselho Tutelar quando necessário”. E esse mesmo sistema de integração, na opinião do parlamentar, pode ser levado para outros municípios e Estados.

TRINTA ANOS -

Criado pela Lei nº 8.080/1990, o Sistema Único de Saúde (SUS) transformou e universalizou a rede de atendimento, incluindo aqueles com menor poder aquisitivo. Isso porque até então somente eram atendidos gratuitamente somente quem contribuía para a Previdência Social. Ou seja, tinha carteira assinada. “O Fortalecimento de uma cadeia democrática e horizontal é o que temos que fortalecer e defender”.

COMISSÃO – Bertaiolli foi escolhido para ser membro titular da Comissão de Seguridade Social e Família em 2019, durante o seu primeiro ano de mandato no Congresso Nacional justamente por ter a bandeira do fortalecimento da Rede Pública de Saúde como um dos seus motes de trabalho. “É na comissão que discutimos desde os valores da tabela SUS até as políticas públicas para fortalecer o sistema”.